Angola figura no grupo de países com baixo desenvolvimento humano, ocupando a 149ª posição de um ranking divulgado hoje pelas Nações Unidas, mas apenas cinco lugares separam o país do grupo acima.
C om um Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de 0,532, Angola é o quinto país da sua categoria, estando perto dos limites de acesso ao grupo dos países com médio desenvolvimento humano, segundo o relatório de 2015 do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).
Todavia, se fosse considerado para efeitos de hierarquização o IDH ajustado (que tem em conta as desigualdades existentes no país em termos de rendimentos, educação e esperança de vida), o país desceria oito lugares na tabela, ficando bastante mais longe de alcançar o desenvolvimento médio.
De acordo com o documento, a África Subsariana está, como um todo, no grupo de baixo desenvolvimento humano, mas Cabo Verde, a Guiné Equatorial e São Tomé e Príncipe figuram, individualmente, no grupo acima.
Cabo Verde ocupa a 122ª posição entre os 188 países hierarquizados, com um Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de 0,646, enquanto a Guiné Equatorial é 138ª, com um IDH de 0,587, e São Tomé e Príncipe é 143º, com um IDH de 0,555, sendo o último país do grupo de médio desenvolvimento humano.
Ainda segundo o documento, dos países lusófonos, Moçambique é o que tem pior IDH (0,416), ficando em 180º lugar entre os 188 países hierarquizados, integrado no grupo dos países com baixo desenvolvimento humano.
Não obstante, o país registou um progresso de 38,7 por cento no valor absoluto do IDH entre 2000 e 2014, percentagem apenas superada pela Etiópia (55,6 por cento), pelo Ruanda (45 por cento) e pelo Afeganistão (39,2 por cento).
Apenas ligeiramente acima, na 178ª posição, com um IDH de 0,420, a Guiné-Bissau é destacada no relatório do PNUD por ter, segundo estimativas, mais de metade da população (58,4 por cento) em situação de pobreza extrema e 10,5 por cento em risco de cair nessa condição. No país, 69,3 por cento da população tem rendimentos abaixo da linha de pobreza nacional.
A propósito da situação na África Subsariana, os autores do relatório congratulam-se por, na última década e meia, a região ter conhecido “a mais rápida taxa de crescimento anual no IDH, crescendo a um ritmo anual de 1,7 por cento entre 2000 e 2010 e 0,9 por cento entre 2010 e 2014”, como se lê na nota de imprensa para esta região que acompanha a divulgação do relatório.
Os analistas escrevem ainda que “houve avanços significativos no desenvolvimento humano”, mas ressalvam que, para fortalecer este progresso, “é urgente abordar as enormes desigualdades nas oportunidades, incluindo a nível laboral”.
“África está a ter níveis mais elevados de bem-estar e crescimento económico. Agora, os governos têm de se focar em melhores condições laborais para melhorar as condições de vida, apoiando a criação de emprego para sustentar as pessoas e as comunidades, e criando condições para uma maior participação das mulheres e dos jovens no mundo do trabalho”, afirma Abdoulaye Mar Dieye, director do Gabinete Regional do PNUD para África.
Selim Jahan, um dos autores do relatório, reforça essa ideia no comunicado já mencionado, dizendo que, “num mundo em mudança, melhorar o desenvolvimento humano através do trabalho requer uma intervenção a nível das políticas públicas. A menos que se tomem medidas, muitas pessoas, especialmente as que já são marginalizadas, ficarão para trás”.
Fonte: Lusa